bim 9d lean construction

Guia completo: BIM 9D lean construction

Os “D’s” do BIM

Nesta sequência de artigos, estamos explicando sobre os “D’s” do BIM. Já falamos sobre o BIM 3D modelo tridimensional, BIM 4D cronograma e planejamento, BIM 5D orçamentação, BIM 6D sustentabilidade, BIM 7D gestão das instalações, BIM 8D segurança e agora BIM 9D lean construction.

bim do 3d ao 9d
Imagem: dimensões do BIM, do 3D ao 9D.

O que é BIM 9D lean construction?

Provavelmente você já passou por um canteiro de obras e percebeu a quantidade de material que é desperdiçado.

Um dos motivos para isso é a falta de planejamento, que também gera atraso para entrega da obra e aumenta o valor orçado inicialmente.

Diante dessas circunstâncias, temos o BIM 9D lean construction, em português, construção enxuta.

Essa metodologia de trabalho é utilizada para a conclusão efetiva do processo BIM como parte da estrutura de produção no setor de construção e o uso da digitalização.

Mentalidade lean

Primeiramente, o Sistema Toyota de Produção (STP) foi desenvolvido pela Toyota na década de 1940, tendo como principal objetivo o de aumentar a produtividade e a eficiência.

No início, a empresa começou a pensar em termos de estoque com base na demanda imediata do cliente, ao invés de usar um sistema que antecipa a demanda do mesmo.

Com isso, o Modelo Toyota se concentra em eliminar o estoque, reduzir os custos com garantia da qualidade do produto.

Bem como, melhorar o desenvolvimento, a preparação e a motivação dos funcionários, sempre com respeito pelas pessoas.

Pois, é praticamente impossível atingir um nível adequado de aplicação da filosofia sem pensar no ambiente interno.

Assim sendo, esse sistema é um método para eliminar integralmente o desperdício, no que diz respeito a todos os elementos de produção que só aumentam os custos sem agregar valor.

Dessa forma, podemos citar alguns exemplos para gerar essa redução, tais como o excesso de pessoas, de estoque e de equipamentos.

Logo, como consequência desse processo, o objetivo é o aumento da produtividade.

Princípios do BIM 9D lean construction

A partir da década de 1990, a adaptação destes princípios para o setor da construção civil passou a ganhar força e representação em todo o mundo.

Desde então, o foco dessa técnica no setor visa minimizar o desperdício e agregar valor ao produto final, sem diminuir a produtividade nos canteiros de obras.

Portanto, podemos citar alguns princípios:

Reduzir atividades que não agregam valor

Na construção enxuta, cada processo consiste em um fluxo de materiais, desde a matéria-prima até o produto final.

Esse fluxo é constituído por atividades de transporte, espera, processamento e inspeção, que não agregam valor direto ao produto final.

Assim, a eficiência construtiva dos processos deve melhorar, principalmente através da redução ou eliminação dessas atividades.

Por exemplo, a utilização de caminhões maiores para o transporte de materiais, diminuindo o número de viagens necessárias e o valor gasto com essa atividade.

Para isso, é necessário analisar toda a cadeia produtiva interna da empresa, identificar processos desnecessários ou repetitivos, os quais podem ser simplificados ou substituídos por métodos mais eficientes de fluxo.

Aumentar o valor do produto de acordo com as necessidades dos clientes

Esse princípio estabelece que as necessidades dos clientes devem ser claramente identificadas antes do início de qualquer projeto ou implementação de processos.

Para isso, é possível conseguir essas informações através de pesquisas de mercado com possíveis clientes e com pesquisas de satisfação com clientes cujos projetos já foram entregues.

Por exemplo, se a porcentagem de pessoas acima de 60 anos for significativa entre os clientes em potencial ou já existentes, a adoção de soluções de acessibilidade e segurança em áreas externas e dentro dos imóveis pode ser um diferencial decisivo para a compra, aumentando o valor agregado das unidades.

Reduzir a variabilidade

A construção de edifícios envolve variações relacionadas a fornecedores, métodos construtivos, tempo de execução e demanda dos clientes.

Assim, reduzir essa variabilidade é fundamental para que a construtora possa manter um padrão financeiro e executivo das obras, garantindo qualidade e uniformidade do produto final.

Porém, a construção civil é um dos setores com maiores taxas de incertezas e imprevistos.

Já que cada projeto é único e possui seu próprio ritmo de construção, determinado pela mão de obra disponível, pelas condições locais e pela disponibilidade de insumos e equipamentos.

Logo, para reduzir isso, o ideal é investir em processos construtivos padronizados, tanto para a parte estrutural, quanto para as instalações elétricas e hidrossanitárias, dessa forma, reduzindo as chances de problemas, retrabalho e incompatibilidades.

Reduzir o tempo de ciclo

Em síntese, a redução do tempo de ciclo é tem origem na filosofia Just in Time.

Ou seja, o tempo de ciclo é composto por todas as atividades de transporte, espera, processamento e inspeção para a produção de um determinado produto.

A partir disso, ao reduzir esse tempo, a empresa acaba obtendo outras vantagens, como a entrega mais rápida ao cliente, facilidade na gestão dos projetos e precisão na estimativa de futuros projetos, com um sistema de produção mais estável e adequado.

Aumentar a transparência dos processos

De fato, a transparência de gestão dentro e fora do canteiro de obras é fundamental para que erros, gargalos e oportunidades possam ser identificados com maior facilidade.

Dessa forma, deve-se agilizar a tomada de decisão para fim de beneficiar o produto final a ser entregue ao cliente.

Portanto, esse princípio contribui para a maior participação da mão de obra no desenvolvimento de melhorias e soluções.

Na prática, temos algumas formas de garantir a transparência na construção civil, as quais envolvem utilizar cartazes e sinalização com informações relevantes, adotar indicadores de desempenho e organização, remover obstáculos visuais do canteiro de obras e limpeza em campo.

Construção tradicional X Construção enxuta

O modo como se olha para o processo de produção é a principal diferença, ou seja, a parte conceitual é o que determina a diferença entre o método tradicional e o enxuto.

Enquanto no enxuto as atividades são separadas entre as que agregam e as que não agregam valor, no método tradicional o processo é dividido em subprocessos.

Logo, se o cliente não está disposto a pagar por alguma atividade, então ela não agrega valor.

Portanto, atividades como movimento, fluxo de materiais, espera e retrabalho não agregam valor ao produto.

Dessa forma, o pensamento enxuto visa eliminar ao máximo todo desperdício, sendo bastante utilizado durante o gerenciamento de projetos.

O principal responsável pelo Sistema Toyota de Produção (STP), Taiichi Ohno, definiu alguns tipos de desperdícios, dos quais podemos destacar: defeitos e retrabalho, excesso de produção, processamento impróprio, movimentos e transportes desnecessários, estoque e a parte intelectual, que é a capacidade das pessoas envolvidas no processo.

Portanto, o conceito de valor está vinculado diretamente à satisfação do cliente, não sendo inerente à execução do processo.

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Imagem: BIM 9D lean construction.

Conclusão

Em suma, a adoção da mentalidade lean oferece muitos benefícios para todas as partes envolvidas, reduzindo os custos e focando na eliminação de desperdícios, consequentemente reduzindo também o tempo de ciclo do processo.

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