O que é interoperabilidade?

^{_Introdução}

Primeiramente, adotar a metodologia BIM na sua atividade profissional significa orientar-se para processos de trabalho colaborativo.

Portanto, deve ser baseado em ferramentas informativas capaz de realizar modelos virtuais do edifício.

Dessa forma, com o desenvolvimento conceitual deste novo método, foi possível definir cada vez mais os processos colaborativos.

Com isso, foi possível codificar e progressivamente refinar os padrões normativos, diretrizes e as informações pertinentes a realização de um projeto.

^{_{O que é interoperabilidade?}}

Para explicarmos o que é interoperabilidade de uma forma mais didática, vamos começar fazendo uma analogia.

Portanto, imagine um americano e um chinês tentando conversar, supondo que nenhum deles saiba o idioma materno do outro ou um idioma em comum.

Ou existe a possibilidade de um dos dois aprender o idioma do outro ou se comunicarem através de uma ferramenta de tradução.

Da mesma forma, a interoperabilidade é o que permite que softwares de diferentes fabricantes possam “conversar” entre si usando uma linguagem comum e aberta.

Mantendo a analogia, é importante pensar que o nível da conversa entre os indivíduos fica nivelada pelo falante mais iniciante do idioma.

Semelhantemente a esse exemplo, existem arquivos padrão para tornar a interoperabilidade possível, que podem ser exportados por um programa e as informação serão lidas por um outro programa de outra empresa.

^{_{Como a interoperabilidade auxilia no projeto}}

Para entender como a interoperabilidade auxilia no projeto, imagine a seguinte situação: o engenheiro responsável por calcular a estrutura precisa realizar simulações do projeto de um prédio residencial.

Caso ele não utilize da interoperabilidade, é necessário que o especialista remodele o projeto inteiro do arquiteto, dentro do software que ele utiliza para a simulação.

Ou seja, amplia de maneira significativa o tempo do processo e também a possibilidade de erros de interpretação.

Entretanto, ao utilizarmos formatos abertos, somos capazes de ter um modelo estrutural fidedigno e recheado de informações corretas.

Podemos possuir informações tais como: nome do elemento estrutural, porcentagem de aço, dimensões físicas, resistência do concreto, quantitativo dos materiais utilizados e outras informações pertinentes.

Dessa forma, utilizando um arquivo que possa ser exportado de um programa e o outro programa possa ler, facilita o processo de projeto.

^{_{Relevância para a metodologia BIM}}

Percebe-se que com o aumento do uso e estudo do BIM, a interoperabilidade vem ganhando cada vez mais atenção na indústria da construção.

Visto que os dados de um Building Information Model, ou seja, os modelos tridimensionais do projeto, devem ser compartilhados entre todas as partes envolvidas no projeto, desde o cliente, passando pela equipe de projeto e até a equipe de execução.

Essas diversas equipes envolvidas nos processos, devem relacionar os dados com o ciclo de vida da construção, comumente utilizando softwares e plataformas diversas.

De acordo com Chuck Eastman, se houvesse a necessidade de realizar cópias manuais toda vez que um modelo BIM mudasse de plataforma, desencorajaria interações durante a fase de projeto.

Portanto, a consequência é a de que irá prejudicar a qualidade das soluções de projeto encontradas, levando a erros e gerando grande retrabalho.

A empresa McGraw Hill Construction fez um estudo e estimou que 3,1% dos custos dos projetos tem relação direta à problemas de interoperabilidade entre programas utilizados.

Dessa forma, é possível notar que a questão da interoperabilidade se apresenta como um ponto chave para o desenvolvimento de um projeto em BIM.

^_IFC

A buildingSMART surgiu da união de empresas privadas de softwares com o objetivo de pesquisar a relevância e benefícios da interoperabilidade.

Com isso, a união evoluiu para uma organização internacional aberta a novos membros, buscando desenvolver formatos abertos e não-proprietários para a troca de arquivos na indústria de construção e infraestrutura.

Dessa forma, a organização promove o Industry Foundation Class (IFC) como um produto neutro para dar suporte ao ciclo de vida do edifício e permitir a troca ou compartilhamento de informações sobre o mesmo.

De acordo com Chuck Eastman, o IFC permite a troca de informações a respeito da geometria, do tipo de objetos, de suas relações com outros objetos e propriedades relevantes.

Portanto, o arquivo gerado é extremamente rico em informações, pois busca abranger todas as etapas do ciclo de vida da edificação.

Como existem diversos tipos de objetos em uma construção (portas, janelas, paredes, pilares, tubulações, etc.), e para cada um desses objetos dezenas de propriedades associadas (área, volume, material, peso, resistências mecânicas, prazos para manutenção, códigos de produto, etc.), deve-se analisar quais são as informações necessárias para cada atividade e configurar o foco que a exportação deve apresentar.

Pois, apesar de ter inúmeras informações disponíveis para o uso, deve-se focar naquelas que são realmente pertinentes ao projeto que está sendo realizado.

Por exemplo, uma exportação de informações para um uso da equipe de projeto pode ser diferente das informações necessárias para a equipe de manutenção.

^_Conclusão

O objetivo central da interoperabilidade é fazer com que os softwares troquem informações sem perdas significativas de dados.

Ou seja, permitindo a manutenção de um modelo preciso e sempre atualizado da edificação ao longo do seu ciclo de vida, evitando reinserção de dados todas as vezes que o modelo muda de mãos.

Entretanto, os formatos ainda não se encontram perfeitos para todas as situações, mas já nos servem para diversos usos se bem executados.

Como por exemplo: realização de interferências geométricas, análises de normas com uso de parâmetros, simulações mais simples, etc.

Por fim, vale destacar a velocidade da evolução das tecnologias, exigindo dos profissionais um aprimoramento e treinamento constantes.

Por isso, é importante sempre estar atento às novidades no tema, para que o tempo de projeto e execução possa ser sempre otimizando, mas sempre visando a máxima qualidade.