uso obrigatório do bim a partir de 2021

Uso obrigatório do BIM a partir de 2021

Disseminação BIM no Brasil

O governo federal decretou a Disseminação BIM, Building Information Modeling, no Brasil em 2018, e será obrigatório o uso a partir de 2021 nos projetos e construções brasileiras.

Para isso, foi assinado um decreto presidencial em 2018 para gerar a Disseminação BIM no Brasil, de forma a democratizar a plataforma no país.

De forma geral, os objetivos são os seguintes, primeiramente aumentar a produtividade da construção civil, em conjunto com a redução dos custos de produção, bem como incentivar a concorrência no mercado e ampliar a transparência nas obras públicas em todo o país.

Histórico

Inicialmente, no dia 7 de dezembro de 2016 foi assinado pelo Ministro Liam Fox, do Reino Unido, e pelo Ministro Marcos Pereira, no MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), um MOU, Memorandum Of Understanding (em português, Memorando de Entendimento).

Esse documento estabeleceu a cooperação entre os dois países para apoiar a iniciativa de desenvolvimento de uma estratégia para implantação e disseminação BIM no Brasil.

Posteriormente, no dia 17 de maio de 2018, em Florianópolis, na abertura do 90º ENIC, Encontro Nacional da Indústria da Construção, evento anual promovido pela CBIC, Câmara Brasileira da Indústria da Construção, o então Presidente Temer assinou o decreto que instituiu o Programa BIM BR.

Dentre outras ações, o decreto cria o CG BIM, Comitê Gestor do BIM, de caráter permanente e também sob a liderança do MDIC, que terá como principal incumbência, empenhar todos os esforços para garantir a implementação da estratégia de adoção do BIM no Governo Federal que foi desenvolvida, definida e documentada pelo CE BIM, Comitê Estratégico de Implementação do Building Information Modeling.

Assim, a estratégia estipulou três datas principais para os níveis gradativos de exigibilidade do BIM no âmbito do Governo Federal: 2021, 2024 e 2028.

O que é a Estratégia BIM BR?

De acordo com o livreto oficial do governo, a estratégia visa promover um ambiente adequado ao investimento em BIM e sua difusão no país.

Tendo em vista que a sociedade brasileira ainda não se inteirou completamente da tecnologia.

Assim também, no texto publicado no livreto oficial: BIM BR – Construção Inteligente, diz que a utilização do BIM aprimora muitas práticas do setor da construção e traz diversos benefícios ao mercado.

Portanto, esses pontos são relevantes tanto pelo lado daqueles que participam da cadeia de produção (oferta), quanto dos proprietários e contratantes (demanda).

Dessa forma, o objetivo é incentivar o desenvolvimento do setor de construção, trazer mais economicidade para as compras públicas e maior transparência aos processos licitatórios.

Bem como, contribuir para a otimização de processos de manutenção e gerenciamento de ativos.

Assim, foi lançado pelo Governo Federal a Estratégia Nacional de Disseminação do BIM ou Estratégia BIM BR.

Ações estratégicas para disseminação do BIM

Em suma, a iniciativa foi elaborada durante um ano por um grupo formado por sete ministérios e conta com nove diretrizes.

Primeiramente, difundir o BIM e seus benefícios, bem como coordenar a estruturação do setor público para a adoção do BIM.

Da mesma forma, deve-se criar condições favoráveis para o investimento dos setores público e privado, bem como estimular a capacitação dos profissionais da área.

Sob esse ponto de vista, deve-se propor atos normativos que estabeleçam parâmetros para as compras e as contratações públicas.

Em conjunto com o desenvolvimento de normas técnicas, guias e protocolos específicos.

Igualmente, desenvolver a Plataforma e a Biblioteca Nacional BIM, bem como estimular o desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias relacionadas ao BIM.

E também incentivar a concorrência no mercado por meio de padrões neutros de interoperabilidade.

À primeira vista, mudanças podem gerar certo desconforto, ainda que o objetivo seja facilitar a vida de engenheiros, arquitetos, projetistas e todos aqueles que vivenciam a cadeia da construção.

Isso ocorre por conta da pouca mão de obra qualificada, bem como há dificuldades e também a falta de padrões de desenho brasileiros causam receio por parte dos profissionais.

Prazos escalonados

Nesse contexto, a proposta da Estratégia BIM BR é que a exigência do BIM nas compras do Poder Público seja feita de forma escalonada.

Dessa forma, os prazos para implementação foram divididos em três etapas, tendo adaptação do mercado e do setor público.

Começando em janeiro de 2021, a exigência de BIM se dará na elaboração de modelos para a arquitetura e engenharia.

Englobando as disciplinas de estrutura, hidráulica, AVAC e elétrica na detecção de interferências, extração de quantitativos e geração de documentação gráfica a partir desses modelos.

Posteriormente, a partir de janeiro de 2024 os modelos deverão contemplar algumas etapas que envolvem a obra.

Tais como, planejamento da execução da obra, orçamentação e atualização dos modelos e de suas informações as built, além das exigências da primeira fase.

Por fim, a partir de janeiro de 2028 passará a abranger todo o ciclo de vida da obra ao considerar atividades do pós-obra.

mapa do programa disseminação bim br
Imagem: mapa do programa BIM BR.

Objetivos

Será aplicado nas construções novas, reformas, ampliações ou reabilitações, quando consideradas de média ou grande relevância, nos usos previstos na primeira e segunda fase.

Além disso, nos serviços de gerenciamento e de manutenção do empreendimento após sua conclusão.

Para o professor Sergio Scheer, especialista participante do Comitê Estratégico de Implementação do BIM, o uso dessa tecnologia vai beneficiar a construção civil.

Ou seja, os projetos serão melhores desenvolvidos e as construções terão mais qualidade.

Por consequência, o setor sofrerá com menos desperdício e retrabalho, o que vai fazer com que o uso do recurso público envolvido seja melhor aproveitado.

Com essa ação, a expectativa é de uma redução de custo que pode chegar a 20%, de acordo com estudos contratados pela ABDI, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial.

Indicadores econômicos

A pesquisa realizada pela FGV, Fundação Getulio Vargas, no ano de 2018 aponta que somente 9,2% das empresas no setor de construção adotaram o BIM na concepção de seus trabalhos.

Ou seja, essas empresas representam atualmente 5% do PIB da construção civil.

Com base nesses indicadores, a estratégia de disseminação pretende aumentar em 10 vezes a adoção do BIM no país.

Bem como, elevar o PIB da construção em 28,9% até 2028, alcançando um patamar de produção inédito.

indicadores econômicos disseminação bim br

Biblioteca BIM

A iniciativa da ABDI vem para facilitar a troca de informações entre os profissionais da construção civil.

Dessa forma, quando um projetista, por exemplo, vai modelar um edifício em BIM ele utiliza um banco de dados de materiais prontos. Portas, paredes e canos têm especificidades, por exemplo.

Com a biblioteca, todas as especificidades necessárias para um projeto constarão no documento.

Ou seja, é uma espécie de cadastro de produtos e serviços, com preços, que podem ser utilizados nas obras.

Portanto, as bibliotecas digitais servirão para que União, governos estaduais e prefeituras possam reduzir despesas e trabalho, além de prestar contas de forma mais transparente à população. É uma tecnologia que deve ser adotada como prioridade.

1 comentário em “Uso obrigatório do BIM a partir de 2021”

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